No dia 12 de janeiro, um artigo sobre situação atual da industia de animes foi publicado no portal de notícias chinês Sohu. E as críticas fortes as animoções japonesas modernas, em comparação a uma suposta era de ouro, estão repercutindo em diversos sites japoneses.
Conforme já citado, o autor do artigo separa os animes em duas eras: Era de Ouro (1978-1989) e Era Moderna (2001 até o presente).
Segundo o autor, a Era de Ouro coincide com a bolha económica no final da era Showa. Momento este que a industria japonesa de animação era muito superior a de outros países. Nesta época, as principais obras alcançaram padrões muito elevados em termos de arte, inovação e crítica social, criando uma reputação internacional para animação japonesa. Alguns dos animes destacados pelo autor são Dragon Ball, Saint Seiya e Galaxy Express 999. O artigo destaca que tanto diretores veteranos, como novatos, contribuíram com seus estilos visuais únicos, além de mensagens e temas que eles desejaram transmitir. Estes diretores conseguiram tornar temas como Mitologia e Magia maintream, e também referenciar a literatura fantástica Ocidental. Ao mesmo tempo, se concentraram em questões sociais da época e na natureza humana.
Do ponto de vista social, “o próprio anime foi reconhecido e tornou-se parte da cultura dominante. O número de espectadores, não apenas crianças, mas também adultos, aumentou e foram formadas interações entre fãs com gostos e interesses diferentes”.
Já no começo do século 21, apesar de algumas ressalvas, o autor comenta que este foi o momento que iniciaram os problemas com a animação japonesa. Apesar de ser a época em que os animes se tornaram mais populares ao redor do mundo, o autor nota que “as obras começaram a mostrar uma tendência à homogeneização e à vulgarização. À medida que a concorrência no mercado se intensificou, muitas produtoras começaram a repetir padrões de sucesso para satisfazer o gosto dos espectadores”. Foi ai que histórias do subgênero "harém" começaram a se proliferar, histórias estas que careciam de profundidade e inovação, não tendo charme e nem individualidade.
Em seguida, “as obras começaram a se inclinar para o entretenimento e o consumismo. À medida que as demandas dos espectadores se tornaram mais diversificadas, a ênfase foi colocada nos efeitos visuais e na estimulação emocional, com a lógica e a qualidade da história ficando em segundo plano. Também houve um aumento de obras com maior apelo ao sexo e à violência, como High School of the Dead e BLEACH.
Do ponto de vista social, ``O anime perdeu seu significado e valor cultural e passou a ser usado como uma ferramenta para escapar da realidade. À medida que a economia do Japão piora, muitos jovens se sentem desamparados e sem esperança em relação ao futuro.'' Perdidos, eles começaram a buscar consolo e satisfação através dos animes. Isso levou à criação ou agravamento de vários problemas sociais, como a cultura otaku, lolicon e hikikomori.
No final, o artigo afirma: “Durante a Era Moderna, o número de produções de anime aumentou e alcançou sucesso internacional, mas a qualidade diminuiu e a cultura também regrediu. Isto contrasta fortemente com um período glorioso e levanta preocupações e considerações sobre o futuro da animação japonesa."
Matéria compeleta: Biglobe
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